Moral em sociedade e escolhas políticas
- Antônio Isaías Ribeiro
- 30 de dez. de 2019
- 1 min de leitura
Atualizado: 24 de set. de 2020
Tendo vivido entre 1601 e 1658, Baltasar Gracián é considerado ainda hoje, um dos mais importantes pensadores do barroco espanhol. Jesuíta e filósofo, a sua obra procura educar o homem no sentido de uma moral plena, religiosa, social e política. Embora formado no seio da Companhia de Jesus, não são os aspectos religiosos da existência do homem para onde se dirige o talento de Gracián, e sim a moral do homem em sociedade. E a filosofia era, para ele, mais que um meio para alcançar a felicidade, um instrumento para o homem chegar à fortaleza moral.
– Conquistar e manter uma fortaleza moral não é tudo o que tem faltado nestes tempos de Brasil?
Dentre as centenas de aforismos publicados, Gracián nos brinda com preciosidades assim:
"Não se pode viver sem entendimento, próprio ou emprestado. Muitas pessoas não têm consciência do que não sabem, e outras pensam que sabem sem saber. Os erros da estupidez são irremediáveis, pois, como os ignorantes não se consideram assim, não procuram aquilo que lhes falta. Alguns seriam sábios se não acreditassem sê-lo. Por isso, os poucos oráculos de prudência vivem ociosos porque ninguém os consulta. Pedir conselho não diminui a grandeza nem a capacidade de ninguém. Ao contrário, fortalece a reputação. É bom ouvir a razão para evitar o ataque da má sorte".
E a má sorte, em momentos diferentes, já veio em duplas doses. Será que além da invocação dos santos luso-africanos, das nossas heranças de raízes, não estamos precisando invocar também esse “profeta” ibérico Baltasar Gracián?
A Isaías Ribeiro
Do Alto da Matriz, Out’2014
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