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É A LAVAGEM!

  • Foto do escritor: Antônio Isaías Ribeiro
    Antônio Isaías Ribeiro
  • 17 de jan. de 2020
  • 1 min de leitura

É hoje, gente, a lavagem das escadarias do Bonfim! É festança de Salvador da Bahia, de Salvador do Abaeté da “lagoa escura arrodeada de areia branca”, de Salvador do porto da barra onde Pero Lopes de Souza chegou primeiro e encontrou Diogo Álvares Caramuru e dali navegou para revelar “Tinharé da banda do sul”. É Salvador de Catarina Paraguaçu que sonhou e viu o naufrágio em Ponta de Castellanos de Boipeba e, mandando lá o Caramuru, encontrou relíquia que se guarda na Igreja da Graça ainda hoje!

Esta é a Salvador do Rio Vermelho de Jorge Amado, de Carybé e da morena que “tem nos olhos o verde do mar”; é a Salvador de Caymi e sua baiana que "quando passa mexe com o juízo do homem que vai trabalhar"; é também a Salvador da Baixa dos Sapateiros, do Cine Jandaia, onde um mineiro de Ubá encontrou um dia “a morena mais frajola da Bahia” (terá sido a Arlete?)!

Hoje a baiana e a baianada estão vestidas de branco prá homenagear Senhor do Bonfim, que também é Oxalá. Estão rezando com a fé que "não costuma faiar". Mas ao branco da baiana e da baianada se misturam hoje outros “brancos” vestidos de branco. Muitos dos que seguem usando mal a autoridade e o poder, abusando de uma e de outro, desfigurando a função da autoridade. Não aprenderam que festas tradicionais e populares, seja a lavagem do Bonfim, o Reinado de São Benedito, seja a Marujada da Barquinha ou as romarias do Baixo Sul, são espaços de produção cultural e fruto do trabalho coletivo de gerações, reunindo diferentes modos de viver e moldando identidades culturais.


De Salvador, 16'Jan'2020

 
 
 

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